Adriano Galdino fez circular através de sua assessoria a informação de que não fez uso da verba indenizatória de R$ 40 mil, o que deixou seus colegas de Assembleia literalmente pendurados na brocha.
Após a péssima repercussão do aumento dado nos recursos para pagamento de aluguel se imóvel, automóvel, telefone, internet, combustível, TV a cabo, etc, etc, etc, dos deputados, o presidente da Assembleia tenta tirar o seu da reta divulgando que manteve seus gastos no limite anterior, que era de R$ 25 mil. Como nenhum/a outro/a deputado/a se manifestou, supõe-se que os/as outros/as 35 fez uso dos R$ 40 mil.
A atitude de Adriano Galdino deixa o cheiro de oportunismo no ar. Mas, a posição do presidente da Assembleia não se sustenta por dois motivos. O primeiro é formal.
Como estabelece o art. 18, inciso X, do Regimento Interno da Assembleia, é atribuição privativa da Mesa Diretora fazer proposições dispondo sobre “sua organização, funcionamento, polícia e serviços administrativos, regime jurídico do pessoal, criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções e fixação da respectiva remuneração“.
É óbvio que não se está aqui afirmando que os deputados que não fazem parte da Mesa da ALPB nada têm a ver com o aumento e apenas cuidaram de gastar os R$ 15 mil a mais de aumento nas verbas indenizatórias.
Todos sem nenhuma exceção aprovaram e, pior, se calaram diante de um aumento de gastos que transfere para o Estado o financiamento de atividades parlamentares, isso sem que o eleitorado conheça a fundo as justificativas e necessidade desse gasto. Isso porque tudo é decidido sem nenhum debate mais aprofundado, nem entre os deputados nem com a sociedade civil.
Tudo agravado, claro, pela circunstância de uma grave e inédita crise, que combina aumento do gasto público, sobretudo com saúde, com uma queda brutal de arrecadação dos governos em todas as esferas.
O segundo motivo que torna a postura de Adriano Galdino insustentável a tentativa de se diferenciar dos/as colegas deputados/as porque não gastou o que poderia de gastado é político. Adriano Galdino está na confortável posição de presidente da Assembleia, o que lhe permite o controle de uma estrutura administrativa gigantesca, que inclui o exército de blogueiros que está na folha do poder legislativo. Se isso fosse pouco, Galdino administra um orçamento anual de mais de R$ 300 milhões!
Fica fácil desse jeito fazer firula com o eleitorado, às custas da imagem dos outros colegas deputados.