Não faz muito, Erika Del Pino era considerada um militante histórica do Partido Socialista Brasileiro, ex-membra do diretório municipal do partido e fervorosa militante ricardista.
Segundo os próximos dizem, em tom de brincadeira, claro, Del Pino era capaz de riscar a faca no chão caso escutasse de um interlocutor uma crítica a Ricardo Coutinho – não conheço Erika Del Pino pessoalmente, mas sei de muitos que assim se comportavam, como Ronaldo Barbosa, que por muitos e muitos anos presidiu o PSB e era presença marcante, e até dirigente, nas reuniões da Frente Brasil Popular. Tristes tempos esses nossos!…
Pois bem, assim como tantos, Erika Del Pino foi uma das que esqueceram instantaneamente seu passado de esquerda e socialista em troca de uma sinecura no governo, e não pensou duas vezes em se bandear para um partido que está no lado oposto do espectro político e ideológico brasileiro, o Cidadania.
Segundo quem me repassou as informações de que trato abaixo, Erika foi uma das primeiras a entregar o cargo que tinha no PSB e uma das primeiras a se desfiliar do partido logo que João Azevedo rompeu com Ricardo Coutinho, para se alinhar ao séquito de “traidores de primeira hora”. A intenção era compor o núcleo duro dos cristãos novos do azevedismo, essa corrente asséptica que não poderia ter outro padrão moral que não o do líder que deu-lhe forma – se é que ela tem alguma.
A subserviência dessa gente chega ao ponto de aceitar ser nomeada interinamente para a presidência da PBGás apenas para guardar o lugar, enquanto João Azevedo não define quem será o verdadeiro ocupante nos arranjos em curso que estão dando cara ao governo.
A imagem abaixo é de um trecho de uma ata de reunião da PBGás. Notem que na ata está estipulado o prazo do mandato tampão com data de vencimento estipulada para o próximo dia 2 de Setembro, data em que certamente a vaga terá novo dono, indicado por um dos novos sócios do poder.

Se você procurar na página da PBGás não encontrará informações a respeito dessa nomeação. É sempre bom lembrar que a PBGás é uma empresa de economia mista, que presta serviço de utilidade publica e cujo sócio majoritário é o Estado da Paraíba.
Tudo isso é importante porque se trata de um dos cargos mais cobiçados da estrutura do Governo (R$ 18 mil de remuneração) e, sobretudo, trânsito em um segmento cujo interesse de privatização pelo governo federal já foi demonstrado.
Aliás, consta que o homem de confiança de João Azevedo, Deusdeth Queiroga, secretário a qual a PBGás é vinculada, já manifestou em reunião do Conselho da PBGás a opinião de que a empresa pode ser privatizada encomendou a Erika Del Pino, essa ex-fervorosa militante de esquerda, estudos preliminares a respeito das medidas a serem adotadas para a privatização da PBGás.
Não seria surpreendente. Privatizar é parte do ideário dos novos donos do poder na Paraíba. Foi para isso que eles derrubaram Dilma Rousseff; é para isso que querem afastar Ricardo Coutinho da política.
Eu sempre tive pé atrás com esses “militantes” do PSB PB.
Senti isso quando percebi presencialmente a diferença entre o número dessas figuras na inauguração da transposição em Monteiro e no encontro pela defesa da transposição depois. Essas pessoas não tem espírito de militância, não têm fidelidade partidária nem a lealdade devida. Tem o comportamento de acordo com quem está no poder.
Nunca me enganei com esse povo de laranja.
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