Um dos recursos mais recorrentes de jornalistas que desejam dar algum ar de verossimilhança a invenções, que relatam como se informação fosse, é citar fontes tão obscuras quanto o relato que resolveram fazer.
Pois bem, um jornalista como Helder Moura pelo jeito não se preocupa em manchar sua reputação tornando público uma suposta conspiração contra a Operação Calvário envolvendo, segundo ele, um “personagem” sem rosto, nome ou paradeiro, mas, mesmo assim, bastante “conhecido nos meios jurídicos.
O tal personagem tem chamado a atenção de “setores do Ministério Público da Paraíba” (opa!) pelas idas a Brasília com o objetivo de (opa de novo!) “articular” contra a Operação Calvário.
A fonte que repassou essa maluquice com ares de conspiração só pode ser, claro, os tais “setores do MPE”. Que os tais “setores do MPE” vazam informações para jornalistas declaradamente adversários de Ricardo Coutinho, como como Hélder Moura, algumas sigilosas, isso todo mundo sabe. Como também sabe que no MPE tem “setores” que agem como adversários políticos do ex-governador.
Como, além de jornalista, Helder Moura é escritor, não se sabe qual dos dois ofícios ele empregou para criar esse enredo fantasioso de conspiração. Mesmo assim, se o personagem fosse pelo menos inspirado em alguém que existisse mesmo, imagino que seria também de interesse jornalístico conhecer o teor das críticas do sujeito. Ou será que Helder Moura já canonizou por conta própria os promotores responsáveis pela Operação Calvário, tratando-os como se estivessem acima do bem e do mal?
O mais grave nisso tudo é o fato de promotores permitirem que o nome da instituição da qual fazem parte seja usada dessa maneira, associada à insinuações que não fazem o menor sentido.
Isso sim é público e notório.