Pesquisa eleitoral do Datafolha divulgada hoje (17/09) mostra que o quadro eleitoral está estável, mas com tendência de queda de Lula, que foi de 46 para 44 em relação à última pesquisa, queda fora da margem de erro, que é de 2%. Bolsonaro (de 25 para 26) e Ciro (de 8 para 9) cresceram 1%, enquanto Dória e Mandeta caíram (1 e 2 pontos, respectivamente).

No cenário mais provável, hoje, com Dória e sem Mandeta – este último praticamente declarou apoio a Ciro em live do dia 7 de setembro, – o pedetista vai a 11%.

A tendência de crescimento de Ciro pode ser melhor caracterizada se observarmos os números do segundo turno. No Segundo turno, Ciro continua a derrotar Bolsonaro e agora empata, dentro da margem de erro, com Lula. O petista caiu de 58 para 56 (nesse caso, Bolsonaro teria 31).
Já Ciro cresceu 4 pontos, e foi de 48 para 52, ficando, portanto, a 4 pontos do percentual obtido por Lula. Um empate técnico, considerando a margem de erro. Detalhe relevante: no cenário de segundo turno contra Ciro, Bolsonaro caiu de 36 para 33, uma queda fora da margem de erro, portanto.

Isso significa que Ciro Gomes é cada vez mais competitivo como alternativa para derrotar Jair Bolsonaro no segundo turno e tem nesse quesito o mesmo potencial de Lula.
Como alternativa a Lula, o Datafolha testou pela primeira vez, depois de muitos questionamentos, um cenário de segundo turno entre Lula e Ciro. Nesse caso, Lula ganha (51 a 29), mas Ciro mostra também aqui muito mais competitividade do que, por exemplo, João Dória, que foi testado nas últimas duas pesquisas (quando Ciro foi sempre o terceiro lugar): Dória teria contra Lula 22%.

Enfim, a ofensiva iniciada por Ciro Gomes nas redes sociais e em participações em lives, algumas com milhões de visualizações, parece que começa a dar resultado.
É claro que é preciso observar se os números da pesquisa de setembro do Datafolha vão se estabelecer numa tendência:
1. queda de Lula, talvez a um patamar histórico um pouco superior ao 40% (baseado aqui na votação obtida por Lula em 2002 e 2006);
2. avanço lento e gradual de Ciro Gomes até que ele encoste em Bolsonaro lá pra março de 2022;
3. Queda de Bolsonaro em razão do aprofundamento da crise econômica e da ausência de respostas para problemas como alta no preço dos combustíveis, inflação de alimentos, desemprego.