Em razão da proximidade cada vez maior com o ex-presidente Lula, o senador e candidato do MDB ao governo da Paraíba, Veneziano Vital do Rego, passou a assumir desde ontem importante protagonismo no noticiário político nacional.
Veneziano concedeu diversas entrevistas e foi mencionado por analistas políticos em razão de sua posição, dentro do MDB, em apoio à candidatura de Lula, com que jantou na última segunda (11) – depois do jantar, Lula fez questão de ser fotografado ao lado de Veneziano e de Nilda Gondim, também senadora, exibindo os dedos da mão que formavam o clássico L de Lula e o V de Veneziano. Se ainda restava alguma dúvida sobre o candidato de Lula na Paraíba, depois dessa foto ela se dissipou por completo.
Lula e Veneziano voltariam a se encontrar no dia seguinte durante uma visita ao acampamento Terra Livre, no Distrito Federal, onde o senador discursou e foi ovacionado pela multidão que se aglomerou para escutar Lula.

Veneziano na Globo News
Vale a pena destacar aqui alguns trechos da entrevista que Veneziano concedeu à Globo News, ontem. Ele começou por esclarecer que não há, por parte dos emedebistas que apóiam Lula, nenhuma “fritura” da candidatura presidencial da também senadora Simone Tebet, do MDB.
O paraibano lembrou que a direção nacional do partido liberou seus candidatos a governador para apoiarem candidatos a presidente de outros partidos, e que essa foi a condição para que Tebet fosse anunciada candidata do MDB sem contestações, já que parte expressiva do partido, sobretudo no Nordeste, inclusive Veneziano, defendia o apoio a Lula.
Quando questionado sobre a possibilidade da retirada da candidatura de Simone Tebet em apoio a Lula por conta da polarização e da inviabilidade a chamada “terceira via”, Veneziano respondeu que não participará de nenhum movimento nesse sentido, deixando claro que a situação atual evita divisões e ajuda a manter a unidade partidária:
“Na Paraíba, nós firmamos de forma clara, transparente, honesta, conhecida previamente, o apoio ao presidente Lula desde o primeiro momento”.
Veneziano defendeu Lula dos ataques do bolsonarismo, sobretudo quanto à chamada pauta moral. Para o senador, Lula não pode ter sua liberdade de opinião podada, não é possível tentar limitar sua autenticidade para atender a certas conveniências porque isso soaria pouco natural e seria logo percebido. “O presidente [Lula] tratará sobre economia, sobre a necessidade de ver o Brasil reunificado. Impressiona-me negativamente o fato de que, hoje, nós não temos o direito de pensar diferente do outro. Quem ousa pensar diferente é lançado à cova dos leões.”
Veneziano encerrou a entrevista com um chamamento à pacificação do país, à reconstrução de suas instituições democráticas que “paulatinamente e deliberadamente” estão sendo desmanteladas. E destacou que esse será o grande desafio de Lula no futuro mandato.