2022 não será, como parece desejar João Azevedo e aqueles que o cercam, a ultima experiência do Orçamento Democrático na Paraíba. Os prejuízos que sua administração provocou, sobretudo às cidades do interior, são cada vez mais perceptíveis, entre eles, transformar essa experiência de democracia participativa num burocrático instrumento para fazer propaganda em ano de eleição.
Depois de dois anos de burocráticas plenárias virtuais, João Azevedo não deu sinais de que retomaria as reuniões do Orçamento Democrático até o início de abril. Só apósde receber críticas contundentes da população de toda a Paraíba, o governador organizou, às pressas, as plenárias. Tanto que o secretário responsável, Ednaldo Júnior (Caroé), só foi nomeado em 4 de abril de 2022. Veja abaixo cópia do ato de nomeação que o próprio Caroé fez questão de celebrar em suas redes sociais.

A pressa era tanta que Júnior Caroé foi nomeado em 4 de abril e apenas cinco dias depois (9/4) ele foi a Princesa Isabel para fazer a primeira reunião com os conselheiros das regiões do estado e, segundo ele próprio declarou à página oficial do governo do estado:
Vamos concluir o processo de formação, que vinha sendo desenvolvido com eles, entregar os certificados e planejar as audiências regionais deste ano”.
Ou seja, estávamos em abril de 2022 e a formação dos conselheiros não havia sequer sido concluída.
O resultado foi esse: apenas em 10 de maio, o governador João Azevedo anunciou o calendário das audiências públicas do Orçamento Democrático – para termos um parâmetro, nos últimos anos do governo Ricardo Coutinho, as datas do anúncios do calendário das plenárias do Orçamento Democrático foram essas: 2016: 15 de março; 2017: 29 de março; 2018: 09 de janeiro.

Em suma, João Azevedo manteve o Orçamento Democrático em 2022, resolvendo organizar às pressas as plenárias apenas para não fical mal na fita com o eleitorado que vê nessa iniciativa um mecanismo de descentralização administrativa e participação nas decisões sobre ações do Estado que lhes dizem repeitos, o que sempre incomodou a muitos dos conservadores que hoje o governador, que sempre preferiram não dividir poderes e desdenhavam da iniciativa.
Segundo quem conhece o governador de perto, João Azevedo participava das reuniões porque Ricardo Coutinho o obrigava a ir, aliás, não só a ele, mas a todo o secretariado.
PS. O Secretário-executivo do Orçamento Democrático Estadual da Paraíba, Júnior Caroé, fez questão de participar da plenária municipal do Orçamento Democrático do Conde, ao lado da prefeita bolsonarista Karla Pimentel. O Orçamento Democrático do Conde foi criado pela ex-prefeita Márcia Lucena (PT), de quem Caroé foi também assessor. Realmente, como tem sido plástica e móvel a ética política de parte da nossa “esquerda”.
