Quando anunciou, na última quarta-feira, a decisão de desistir do Senado para ser candidato novamente a deputado federal, Aguinaldo Ribeiro aproveitou para anunciar, na presença de João Azevedo, um pacote: que o Progressistas indicaria o candidato a vice na chapa de reeleição do governador, ao invés do candidato a Senador.
Nas diversas entrevistas que concedeu depois de quarta-feira, Aguinaldo Ribeiro continuou repetindo os termos desse acordo, firmado, segundo ele, com o próprio João Azevedo em reunião na Granja Santana, antes dos dois partirem juntos, na companhia de Cícero Lucena, para a salão de festas anunciar a decisão.
A situação ficou tão óbvia que o Republicanos resolveu lançar uma nota protestando em razão do acordo que os excluía. O presidente da Assembleia, Adriano Galdino, reclamou do divisionismo que a presença da família Ribeiro provocou na base de João Azevedo.
João Azevedo chegou a criticar a posição do Republicanos. Disse que se reunia duas vezes por semana com representantes do partido, mas, pelo jeito, em nenhuma delas relatou a Hugo Motta e Cia o acordo que pretendia firmar com Aguinaldo Ribeiro.
A pressão do Republicanos parece que surtiu o efeito desejado. Em entrevista concedida ao programa 60 minutos, conduzido por Bruno Pereira e Fernando Braz, o governador aparentemente mudou de posição e disse que a indicação do seu candidato a vice não está resolvida, que será negociada com o Republicanos e o Progressistas e que, portanto, Aguinaldo Ribeiro estava mentindo ao dizer que já havia um acordo firmado para o PP indicar o candidato a vice-governador.
Assista:
João Azevedo é um desastre político completo. A sua incapacidade de tomar decisões sob pressão, de não mostrar capacidade de enfrentar interesses em conflito dos aliados políticos, os vai-e-vens recorrentes, a sua inconfiabilidade, mostram que o principal problema da aliança governista é o próprio governador.
Diante da primeira pressão, João Azevedo voltou atrás e desdisse tudo que seu principal aliado havia repetido como uma verdade até então incontestável.
Ganhar tempo com os Republicanos esperando a traição de Efraim Filho a Pedro Cunha Lima? Se for isso, o Republicanos continuará ao relento, já que Efraim pertence ao União Brasil. O Republicanos espera tirar o que puder de um governador frágil e sem palavra? Aguinaldo Ribeiro aceitará ser desmoralizado publicamente pelo governador?
O final de semana promete…